Caótico

Moradores reclamam de poluição sonora na Salgado Filho

Região tem sofrido com aglomerações nos fins de semana durante as madrugadas, com som alto e corridas não autorizadas

Foto: Carlos Queiroz - DP - Pessoas que vivem no condomínio em frente ao estacionamento relatam problemas para dormir

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Há mais de um mês, os fins de semana para os moradores que residem próximo à avenida Salgado Filho tem sido de noites mal dormidas. O estacionamento compartilhado entre uma loja e um supermercado tem sido o novo palco para a aglomeração que com o tempo muda de lugar na cidade. Os moradores relatam que são colocados carros com caixas de som e motos fazendo barulho, o que resulta em um intenso transtorno, quebrando a tranquilidade durante as madrugadas dos moradores que vivem ao redor do local.

O barulho é mais acentuado para os residentes de um condomínio que fica localizado em frente ao estacionamento. Uma mulher que optou por não se identificar conta que é inquilina do local há mais de 20 anos, mas nunca tinha passado por uma perturbação tão grande. Segundo ela, as madrugadas de fim de semana, que incluem sexta e sábado, têm sido marcadas pelo alto ruído do “corte de giro” das motocicletas e pelo volume exacerbado do som instalados nos automóveis. “É impossível a gente dormir. Dentro de casa se torna difícil até conversas por causa da barulheira”, alegou.

Por ser uma zona vazia e aberta, o estacionamento também é terreno fértil para a ocorrência de corridas ilícitas praticadas por motos e carros, popularmente conhecidos por “rachas”. Por conta do problema, os inquilinos do condomínio têm se movimentado entre si para obter algum retorno do poder público, encaminhando áudios e vídeos para a Prefeitura, imprensa e outros órgãos como forma de denúncia e busca por providências. “Não tenho nada contra os jovens se divertirem, mas eu acho que o divertimento tem limite, onde não prejudique as outras pessoas”, ressaltou.

Potência do volume

Outro morador que preferiu o anonimato descreve a situação como incômoda e diz ter sofrido pelas aglomerações. Mesmo residindo na Rua João Jacob Bainy, a cerca de 1,5 quilômetro de distância do local onde ocorrem os encontros, revela que o burburinho é exagerado e atrapalha seu sono. Para ele, que passou no local um dia para verificar a origem do som, o barulho maior provém da soma do ruído dos carros, das caixas de som e das motos. “No estacionamento o pessoal se junta, com carro de som e tudo mais, e vira uma festa, como se fosse um festival na rua”, pontuou. “No último final de semana, eram 3 horas da manhã, eu tava acordado e tava rolando ainda. Não acaba muito cedo”.

Ação da Brigada

Na noite do último sábado houve correria no estacionamento após a chegada da Brigada Militar. Conforme o Tenente Coronel Scherdien, do 4º Batalhão da Polícia Militar, a polícia atua através de operações em locais onde frequentemente ocorrem aglomerações com perturbações, como as avenidas Bento Gonçalves e Duque de Caxias, a rua Gonçalves Chaves, o Porto, entre outros locais. Segundo o coronel, o estacionamento da loja e do mercado é um novo local onde estão ocorrendo as aglomerações com perturbação, onde ao ser constatado a perturbação com chamadas ao telefone 190, são despachadas viaturas para verificar a situação e consequente abordagens a veículos e pessoas. “Já conversamos com responsáveis pela área privada e estamos avaliando as ações a serem desencadeadas”, ponderou.

Motivação e estudo de solução

O secretário de Segurança Pública do Município, José Apodi Dourado, aponta como possível motivo de atração para o local a abertura, há alguns meses, de um comércio especializado em venda de bebidas alcoólicas naquela região da cidade. Quanto à Lei do Sossego, de acordo com o secretário de Segurança, a norma segue valendo e utilizada nas operações integradas. “O problema maior ali é a questão do grande volume de público, o que merece uma ação mais organizada e estratégica para que não tenhamos efeitos colaterais negativos”, diz Dourado.

Conforme o secretário de Segurança e a coordenadora do Pacto Pelotas pela Paz, Aline Crochemore, a Prefeitura realiza estudo sobre outros pontos de aglomeração e perturbação do sossego com grande concentração de público, com o objetivo de traçar estratégias capazes de resolver o problema, como aconteceu com o projeto Rolê Daora na rua Gonçalves Chaves. “Também estamos estudando a possibilidade de um local apropriado, distante de zona residencial para que sejam realizados encontros dos veículos”, diz Aline.

Dourado reforça que as forças de segurança irão continuar trabalhando para buscar as melhores alternativas para solucionar o problema. Como o local é uma área privada, pertencente a duas empresas, a Prefeitura deve iniciar conversa com os proprietários, conforme Aline Crochemore, para que seja analisada a possibilidade de fechamento da área.

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